terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Como diagnosticar um viciado em sexo?


Embora se possa brincar com o termo vício em sexo, este problema psicológico pode ter consequências graves sobre a vida e as relações sociais dos doentes. Por isso, uma equipe de psicólogos e psiquiatras da Universidade da Califórnia desenvolveram uma lista de critérios para o diagnóstico do transtorno hipersexual, conhecido também como mais um tipo de distúrbio de saúde mental.

Alguns dos sintomas que afetam os viciados em sexo incluem um padrão repetido de fantasias sexuais e a busca de atividade sexual em resposta aos estados de ânimo desagradáveis, como estresse ou depressão. Além disso, essas pessoas não conseguem ter sucesso em suas tentativas de reduzir ou interromper a atividade sexual quando dão conta de que isso se tornou problemático. “Muitas pessoas usam o sexo de vez em quando para fugir do estresse, isso é normal. O problema é que para esses pacientes se torna um comportamento constante, que se agrava ao ponto onde sexo controla cada aspecto de sua vidas, e eles também se sentem impotentes em seus esforços para mudar isso”, disse Rory Reid, um dos autores do estudo, publicado na revista Journal of Sexual Medicine.

Pesquisadores testaram a eficácia de seus critérios para diagnosticar o vício em sexo mais de 200 pessoas com vários problemas de saúde mental, e conseguiram diagnosticar corretamente 88 por cento dos pacientes. Além disso, eles descobriram que a maioria dos indivíduos com transtorno hipersexual sofriam as consequências de sua doença: 17 por cento perderam seus empregos, pelo menos uma vez, 39 por cento tinham terminado um relacionamento e 28 por cento tinham contraído alguma doença por transmissão sexual. “As pessoas que apresentam os sintomas da doença, experimentam as consequências em suas vidas diárias”, disse Reid. O comportamento hipersexual está relacionado a uma maior perturbação emocional, impulsividade e incapacidade de lidar com o estresse”.

Os resultados também revelaram que 54 por cento das pessoas afetadas tinham notado o comportamento sexual anormal antes dos 18 anos, e 30 por cento tinham constatado entre 18 e 25 anos. Além disso, comportamentos repetidos entre os pacientes incluíam masturbação e uso excessivo de pornografia, seguidos por sexo consensual e sexo cibernético.

Essas pessoas tinham relações com trabalhos sexuais e repetidos encontros com parceiros anônimos, com uma média de 15 parceiros sexuais nos últimos 12 meses. Os autores pretendem incluir a desordem hipersexual na próxima edição do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-5), considerado como o “bíblia” da psiquiatria.


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